terça-feira, 4 de maio de 2010

O que é BIODIVERSIDADE?



O QUE É A BIODIVERSIDADE?

De uma forma simples, a Biodiversidade inclui a variabilidade entre os organismos vivos, incluindo os ecossistemas, e ainda a diversidade dentro de cada espécie, bem como a diversidade genética e alélica.

A extinção conduz à perda de biodiversidade e, apesar de ser um processo natural, as espécies e os ecossistemas estão hoje excessivamente ameaçados devido às actividades humanas. Na Europa, o ritmo de extinção das espécies poderá ser hoje mil a 10 mil vezes superior à taxa natural. Tal facto prende-se com factores como:
• sobre-exploração para consumo e/ou comercialização e perseguição directa e abusiva
(sobre-pastoreio, coleccionismo, comércio ilícito, caça excessiva e/ou furtiva, controle de predadores, envenenamento, sobre-pesca, legislação inadequada e falta de fiscalização, captura e artes ilegais, e extermínio por medo e superstição);
• alteração dos habitats naturais (devido à expansão urbana e industrial, pressão turística, construção desordenada, substituição da floresta mista por monoculturas em grandes áreas,intensificação da agricultura e da silvo-pastorícia, e transportes, principalmente o rodoviário);
• “desordenamento” do território;
. poluição

.incêndios;
• aterros, dragagens e exploração abusiva de inertes (p. ex. nas zonas de reprodução e postura);
• empreendimentos hidroeléctricos e barragens (que impedem p. ex. os peixes de migrarem
para desovar, caso do esturjão, do sável, do salmão e da lampreia), artificialização das margens;
• introdução de espécies exóticas e invasoras; e
• alterações climáticas.
Estimativas indicam que as alterações climáticas poderão conduzir à extinção mundial de uma em cada 3 espécies. Também a destruição de habitats afecta gravemente a biodiversidade (p. ex. na
Europa perderam-se mais de 50% das zonas húmidas). No velho continente, cerca de 42% dos mamíferos estão ameaçados, bem como 15% das aves e 45% das borboletas e répteis. Mamíferos como o lince-ibérico (o felino mais ameaçado do mundo e que só existe em Portugal e Espanha), as focas (ex. Foca-monge da Madeira), os golfinhos e as baleias são apenas alguns exemplos de animais que correm sérios perigos na Europa.
As perdas de diversidade biológica ocorrem tanto nas florestas tropicais (com 50 a 90% das espécies já identificadas), como nos rios, lagos, desertos, florestas mediterrânicas, montanhas e ilhas. As estimativas mundiais prevêem que, devido à desflorestação, 2 a 8% das espécies desapareçam nos próximos 25 anos.

A Lista Vermelha publicada a 12 de Setembro de 2007 pela UICN inclui 41.415 espécies das quais 16.306 estão ameaçadas de extinção (em 2006 eram 16.118). O número de espécies extintas atingiu as 785 e outras 65 são apenas encontradas em cativeiro ou cultivo. A lista mostra que primatas, corais, abutres e golfinhos estão em perigo. Com efeito, uma em cada 4 espécies de mamíferos, uma em cada 8 aves, um terço dos anfíbios e 70% das plantas que foram analisadas na Lista Vermelha da UICN estão em situação de perigo (www.iucn.org). Consulte também os Livros Vermelhos de
Portugal na página do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade.
Apenas estão identificadas cerca de 1,8 milhões dos 5 a 100 milhões de espécies que se estima existirem na Terra. Os grupos melhor investigados são os vertebrados e as plantas com flor, mas seres como os fungos, as bactérias, os líquenes e os nemátodes estão pouco estudados. Habitats como os recifes de coral, os solos tropicais e as profundidades oceânicas necessitam também de estudos mais aprofundados; por exemplo, em 2004, cientistas portugueses descobriram uma nova espécie de peixe nas fontes hidrotermais ao largo dos Açores.

As extinções têm consequências no desenvolvimento económico e social, pois dependemos da diversidade biológica e dos serviços fornecidos pelos ecossistemas para assegurar a nossa sobrevivência e a qualidade de vida – pelo menos 40% da economia mundial e 80% das necessidades dos povos dependem dos recursos biológicos. Estima-se que de 250 mil espécies de plantas apenas 2% foram estudadas para uso medicinal, pelo que a destruição dos habitats naturais faz desaparecer muitos seres que poderiam ter interesse não só ecológico como económico.

Com efeito, as bactérias degradam o material orgânico e fertilizam o solo, os sapais despoluem a água, as plantas e algas oxigenam o ar através da fotossíntese, as florestas tropicais húmidas são essenciais para o regime pluvial mundial e armazenam carbono contrariando o efeito de estufa… Os ecossistemas naturais fornecem bens no valor de 26 triliões de euros/ano, duas vezes o valor da riqueza produzida pelo homem e os três tipos de ecossistemas mais produtivos são naturais.

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